Válvulas de escape

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Sempre que a agitação-social começa a intensificar-se, com grandes Manifestações, etc., surgem umas figuras contestatárias, a bradar contra os Poderes-instituídos.

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No Estrangeiro foi - a nível Político - um Barack Obama e - a nível Religioso (porque a Igreja-Católica estava a ficar cada vez mais desacreditada, com os casos de pedofilia, etc.) - um Papa Francisco.

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Em Portugal, tivemos direito, por exemplo a um Marinho Pinto e - ao nível Religioso - a um D. Januário Torgal Ferreira (entretanto substituídos, talvez por se terem deixado entusiasmar demasiadamente, para o gosto dos todo-Poderosos).
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A nível da Igreja, existem sempre um Bispo-mau e um Bispo-bom em evidência, para tentarem agradar a todos os sectores ; mas, tal como nos interrogatórios-policiais, nem sempre o bom é melhor que o mau;

O simples facto de insistirem em usar o título de Dom (certamente uma prerrogativa que lhes foi outorgada pela Nobreza, pelos bons serviços prestados à sua causa), significa que continuam a considerar-se muito acima da populaça.

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Assim como, nos Desportos, os árbitros não são descartados em favor de sistemas electrónicos muito mais fiáveis (porque a populaça não acharia piada nenhuma, em descarregar todas as suas frustrações chamando palavrões a umas maquinetas), também estas (e outras Personalidades que, em momentos chave, vão surgindo), acabam por funcionar como um escape para os Indignados, que logo neles depositam todas as esperanças (para quê irem para a Rua, apanharem mau tempo e pancada da polícia, se é muito mais confortável ficarem no sofá, a vê-los bradar contra a Situação, nas TVs ?)

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Não estou a querer insinuar que façam "por encomenda", e até podem estar cheios das melhores intenções. Mas, se fosse a eles, desconfiava de lhes permitirem tantas bocarras com tamanha exposição-mediática, quando muitos outros continuam a não poder expressar-se livremente, ou a negarem-lhes o acesso aos meios-de-comunicação.

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               NelitOlivas