quinta-feira, 7 de novembro de 2013

mHerdar em Vida

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Um amigo meu, Solteirão dos quatro costados, possui uma boa casa.
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Não tem, portanto, mulher ou filhos mas, como tinha muitos irmãos, os sobrinhos são "mais que as mães".
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Alguns deles, à conta de "empréstimos", tudo têm feito para despejar-lhe a conta-bancária.
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Outros, já lhe fizeram saber que, por morte dele , estão interessados em ficar com a sua casa.
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E o Homem anda um pouco baralhado, sem saber qual deles vai conseguir ficar com a habitação...
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Para lhe esclarecerem essa dúvida que tal fazerem já um Leilão, e entregarem-lhe a verba apurada, para que  possa gozar um fim-de-vida tranquilo ?!
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Sempre que tenho conhecimento de um caso destas (e, infelizmente, são cada vez mais frequentes), vem-me à lembrança uma cena do filme "Zorba, o Grego" em que uma velhota estava no seu leito de morte, sendo velada por umas corujas carpideiras e, de cada vez que fechava os olhos, imediatamente elas se levantavam para rebuscarem nas gavetas algo de valor; mas, quando ela voltava a abri-los, logo disfarçavam, voltando a carpir.
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Esta cena era passada há já bastantes anos, numa remota ilha grega; pelo que, seria suposto que - passados tantos anos e em locais mais civilizados - tal já não fosse uso corrente.
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Mas a "Civilização" parece estar a regredir a passos largos e, presentemente, não só ninguém consegue deixar arrefecer tranquilamente os seus familiares defuntos nos caixões, sem que logo se iniciem as negociatas; como, mesmo muito antes de falecerem, já andam a disputar (como cães raivosos) os seus pertences, que levaram uma vida inteira a acumular, para deles se poderem usufruir na velhice.
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Picareta Escribante

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