terça-feira, 11 de junho de 2013

Maçonaria

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Recentemente, fui visitar algumas instalações do Grande-Oriente-Lusitano, nomeadamente o seu Museu-da-Maçonaria.
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Depois de uma longa exposição sobre os princípios-Maçónicos (dada no Restaurante do Grémio, uma sala com uma má acústica) passou-se, finalmente, à visita ao Museu, a começar por uma Loja de venda de acessórios/recordações; em nenhum local é possível tirar fotografias.
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O Museu encontra-se bem estruturado, com uma 1ª sala onde se invoca a história da Maçonaria em Portugal e no Mundo (e as perseguições de que os seus Membros foram alvo - nomeadamente por parte da Igreja-Católica), outra com recordações da Maçonaria durante a Monarquia, e uma 3ª referente aos tempos da República.
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É de salientar e reconhecer, toda a contribuição Maçónica para a implantação da República e as inúmeras obras de Solidariedade-Social em que se empenhou desde então (passando pela Voz-do-Operário, Inválidos do Comércio, etc.). Para além da preciosa colaboração que inúmeros Vultos da nossa Sociedade, a ela aderentes, deram na divulgação-popular da Música e das mais diversas Artes.
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Se dúvidas houvessem sobre que, as constantes Campanhas destinadas a denegrir aquela Instituição, não passam de cabalas de "Entidades" que se sentem incomodadas/ameaçadas pelo seu poderio, estas ficaram completamente esclarecidas após esta exposição.
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Mas, a última parte da visita, constituiu - para mim - uma desilusão :
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No ultimo piso, situa-se um templo, onde se processam as fases de iniciação dos Aprendizes, e se procedem às Reuniões periódicas para o Debate-de-Ideias, tudo obedecendo a complicados Rituais.
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Ali, tudo é carregado de simbolismos e, até os mais modestos objectos têm inúmeras interpretações pois, em vez de se terem libertado de religiosismos, foram acumulando - ao longo dos tempos - crendices e superstições das mais diversas Religiões.
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Até o nosso Guia, que até aí se tinha revelado uma pessoa bastante aberta e acessível - dentro dos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que dizem reger aquela Instituição - ao entrar no templo parece ter-se transfigurado, numa pessoa cheia de crenças e temores.
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É certo que todas as Instituições têm que ter regras de funcionamento mas, desde as mais modestas Associações até à Assembleia-da-República, estas sempre existiram (sem necessidade de toda aquela carga esotérica).
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Porque será que, a maioria das pessoas (mesmo as mais inteligentes) precisam tanto de acreditar em algo Superior (em vez de acreditarem nelas próprias) ?!..
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Para mim, a maior Libertação, seria as pessoas praticarem a Bondade, o Desapego, a Igualdade, a Solidariedade, a Justiça, etc., aprendendo umas com as outras (e para isso é que servem os Debates-de-Ideias), sem necessidade de precisarem temer punições do "Além" caso não cumpram esses princípios.
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Picareta Escribante

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