terça-feira, 16 de junho de 2015

In.gerências

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Olha-se para os prédios e vivendas actuais, e só se conseguem ver caixotes : as linhas ondeadas inspiradas na Natureza foram todas substituídas por esquinas agressivas, pois tanto Engenheiros, como Arquitectos, como Executantes, só sabem trabalhar com ângulos- rectos.
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Num terreno com um ligeiro declive, em que seja necessário construir uma placa a todo o seu comprimento, a solução que encontram é elevar de um lado, rebaixar do outro e intercala-los com uns degraus (tipo  trono de Stº. António) ; Quando se lhes pede para fazerem a placa à face do terreno (para facilitar entrar e sair com materiais pesados dela, sem obstáculos), já não sabem como fazê-lo.
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Não param um pouco antes de começarem a obra, para pensarem na melhor forma de executa-la; Adoram escavacar e, quem os quer ver felizes é a trabalhar com marretas, pois parece que o seu lema é "escavar tudo primeiro,,,e depois logo se vê se dá para aproveitar algo". Se os executantes não precisassem ser orientados, as Grandes Empresas não contratariam Engenheiros, Arquitectos, Capatazes, Preparadores de Obra, etc.
Mas,  a maioria dos "Empreiteiros de vão-de-escada" nem sabe o que isso é, ou acha-o desnecessário.
E quando se lhes sugere que executam as obras de outra forma (mais racional), logo interpretam tal como uma ingerência no seu trabalho, como alterações ao programado/orçamentado, ou como "nunca sabermos o que queremos".
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Um portão que se encontrava fixado a postes de madeira de uma vedação, (que estava sempre empenado, pois os postes cediam ao peso do portão e dos ventos) e que era necessário fixar de outra forma, a solução que encontravam era fixarem placas metálicas aos postes e voltarem a soldar o portão nelas. Ora se os postes já cediam naturalmente, com o peso das placas ainda mais cederiam. A solução passava por fixar as placas, encostadas sim aos postes, mas com cimento directamente no terreno (já para não referir fazerem-se uns postes de cimento, com alicerces). Mas tal, logo constituiu uma nova ingerência e alteração ao estabelecido. É que a solução ideal era tão óbvia, que nem deu para imaginar que pretendiam executa-la de outra forma.

Se se lhes pede para pintarem uma faixa na base de uma casa (que pertence ser o mais escura possível, para fazer contraste e não se sujar facilmente), limitam-se a acrescentar um pouco de corante ao resto da tinta branca, e a a pintarem uma barra que mal se distingue.
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Estou em crer que eles até sabem como devia ser feito mas, ou por uma questão de poupança de custos ou porque lhes fica mais cómodo, armam-se em tótós; E, se são confrontados, logo se refugiam numa linguagem-cifrada (cheia de fasquias, prumadas, esquadrias, e outros "palavrões") que, para a maioria dos Clientes, são autêntico chinês
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obras.jpg...de Vida...
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M. Oliveira

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