quinta-feira, 25 de julho de 2013

Linguagens

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Continua a existir grande polémica sobre a implementação do novo Acordo-Ortográfico e, por isso, também volto aqui ao assunto:
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As maiores críticas que lhe fazem, são quanto à abolição das duplas consoantes (letras mudas). Numa altura em que a linguagem Sms (repleta de abreviaturas, para poupar-se em tempo e dinheiro) se vem impondo, que sentido faz continuarmos a insistir na utilização de letras-extras (que não fazem falta nenhuma para a compreensão das palavras), apenas para "mantermos a tradição".
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As Línguas evoluem (até porque, cada vez mais, surgem novos termos) e, se fossemos ler os Lusíadas no seu manuscrito original, já quase não o entenderíamos.
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O maior problema está em que, estamos a prescindir de termos com o pretexto de não se deixarem criar dois "Português" (o do Brasil, e os restantes), enquanto que - no Brasil - não param de criar novas formas de interpretarem a Língua-Portuguesa aumentando cada vez mais a clivagem existente.
Tudo, com o pretexto de adaptarem a Lingua-escrita, à falada.
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Ora, sempre existiram diversas formas de  pronunciar as mesmas palavras e, se fossemos adaptar a Lingua-Mãe a cada uma dessas pronúncias, então, até no nosso pequeno País, criaríamos vários idiomas :
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- Portoês - máaaior, carago...
- Viseuês  - baca, vurro, nebe...
- Lisboês - penairas, fitairas, janairas...
- Setubalês - sarrrdinha, carrrapau, larrranja...
- Alentejanês - lête, caféi, adêti, boí ...
- Algarvês - Légos, banq, charrinhos alimódes, môss...
- Madeirês - coivinhas, semeilha...
- Açorês - houvera, balho...
(só o Coimbrês parece falar-se como se escreve)
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Mas, se os brasileiros insistirem em adulterar palavras já existentes, distanciando-se cada vez mais da Língua-mãe, então que passem a chamar-lhe Brasileirês, mas - nunca - Português !
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Picareta Escribante

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