quarta-feira, 15 de maio de 2013

Apreciação de...Colonoscopia


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Como, infelizmente, recebi por herança uma predisposição para criar pólipos, tenho que fazer periodicamente este exame.
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Dirigi-me ao meu Médico assistente, que me passou um pedido-de-autorização ao Seguro (que, afinal, não era necessária), mas não me passou um pedido-de-análises (que, afinal, diziam ser necessárias).
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Fui tratar da marcação do exame, e este ficou aprazado para as 18h50; foi-me, na altura, entregue uma extensa documentação com todos os procedimentos para a preparação;
- Que iria ter uma conversa prévia com o enfermeiro e a médica (o que não se verificou - apenas umas perguntas básicas); talvez por eu já levar assinada a declaração de responsabilidade.
- Que teria que levar as análises, os exames-anteriores e a lista de toda a medicação que ando a tomar; Fui carregado com todos esses elementos mas, afinal, nenhum deles me foi pedido.
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Apesar do exame estar marcado para antes das 19 h., só fui chamado pelas 20h30 (e porque reclamei no balcão de atendimento) : estava desde a véspera sem comer, e tudo o pude ingerir naquele dia, foram 4 litros de água, "temperada" com um preparado nauseabundo.
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O exame só começou largos minutos depois, porque umas enfermeiras estavam a atender telemóveis, outra tinha ido à casa-de-banho e nunca mais voltava. (Se os Pacientes, têm que retirar/desligar todos os aparelhos-electrónicos, porque é que Enfermeiras e Médicas podem utilizar-se dos delas ?)
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Tudo estava a decorrer normalmente quando foi descoberto um pequeno pólipo; aí, não havia a ferramenta necessária para cortá-lo e tiveram que gritar para que uma enfermeira de outra sala, o trouxesse de lá; Será que ninguém confere os materiais necessários antes de iniciar uma intervenção, ou estão todas muito ocupadas a atender chamadas-particulares ? (Uma ressalva para o único elemento masculino da equipa, que se comportou com bastante profissionalismo). Entretanto, continuava a ser injectado ar para dentro do intestino.
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Com todas estas hesitações, perderam a localização do pólipo e demoraram bastante tempo a voltar a encontrá-lo. E o ar não parava de ser injectado.
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Qunado, finalmente, conseguiram aproximar a ferramenta-de-corte do polipo, esta...não cortava (será que não mandam o material, periodicamente, ao amola-tesouras ?).
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E o ar continuava a ser injectado, distendendo de tal forma o intestino que, qualquer pequeno toque na barriga se tornava doloroso, quanto mais empurrões e cotovelões ! Será que não há possibilidade de cortar a injecção de ar, quando o exame está parado ? Certamente até há, mas como não é a elas que dói (e os telemóveis continuavam a ser atendidos). Andei três dias a tentar expelir todo o ar que me foi injectado !
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Só consegui de lá sair pelas 21h30 (2,5 horas de angústia, fome e sofrimento) e não foi possível terminar o exame porque, entretanto, estava prestes a desmaiar com tantas dores. E ainda se paga (e bem pago) por isto ! Agora querem que lá volte, para fazer outro, com sedação...
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Só voltarei a entrar naquele Serviço, quando for proibida a permanência de telemóveis nas salas-de-exames ; se temos que desligar os telemóveis, em aulas, em concertos, na condução, etc., como é que em Serviços de tamanha responsabilidade, se consente que andem sempre agarradas aos "télélés" ?!
(o que até deve ser contra os procedimentos de higiene e desinfeção). Para tal, bastava que cortassem o sinal, nas zonas-de-trabalho hospitalares. 
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Esta moda dos telemóveis já começa a meter nojo : no tempo dos telefones-fixos, as pessoas ou estavam em casa e atendiam ou, se o interlocutor tivesse muito interesse em contactá-las, voltava a ligar noutra altura; Agora, e apesar dos telemóveis registarem as chamadas e mensagens não atendidas (e haver sempre a hipótese de voltar a contactar, quando se estiver disponível), o atendimento tem que ser sempre urgente e inadiável (e há pessoas que já nem conseguem sair de casa, sem o dito aparelhinho) !
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Picareta Escribante

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