sexta-feira, 6 de julho de 2012

Diário de Viagem - Picos da Europa - XX

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Apreciação Final - Itinerário :
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A ida, num só dia, de Lisboa até Santillana (ainda por cima num autocarro bastante desconfortável - que nem dava para inclinarmos os bancos), foi uma grande violência : A exemplo do regresso (Santillana/Santander/Valladolid num dia; e Valladolid/V. Formoso/Lisboa, no seguinte), também - à ida -podíamos ter feito Lisboa/Salamanca (almoço e visita)/Burgos, num dia; e Burgos (visita e almoço)/Santillana, no seguinte; até para que pudéssemos apreciar melhor estas duas grandes Cidades; (acompanhados de Guias - da excursão, ou locais - e não, despejarem-nos no meio do desconhecido, apenas com a indicação de visitarmos este e aquele monumento, e regressarmos a outro local; tal ocasionou que, em Valladolid, várias pessoas se tivessem perdido e, só por muita sorte conseguíssemos sair à hora aprazada, pois ninguém tinha os telemóveis de ninguém*).
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Dirão que esta alteração implicaria mais um dia de viagem (com o correspondente acréscimo de custos); mas tal não seria totalmente necessário :
bastaria que se eliminasse o dia das visitas ao País Basco (Bilbao/San Sebastian - que nada têm a ver com os Picos-da-Europa); é certo que também pertencem ao Mar Cantábrico (Golfo da Biscaya) mas, nesse caso, também Gijon e Oviedo estão junto ao mesmo Mar e, já que andámos pelas Astúrias, melhor se justificaria uma visita àquelas importantes Cidades.
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Mas, até nem seria necessário eliminar a visita ao País-Basco, para conseguir-se poupar um dia :
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Os 2º e 3º dias (Picos da Europa) seria possível faze-los de uma só vez (Santillana/Cangas/Covadonga/Las Arenas-almoço/Fuente Dé/Desfiladeiro/Potes - ou vice-versa) se, em vez de andarmos às voltinhas (para trás e para diante) e perdermos duas tardes a visitarmos pequenas Povoações (com pouco para comprar, e para ver), guardássemos as compras e as visitas para Cidades, que têm muito mais oferta, tanto para comprar como para apreciar*.
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- Adequação do Programa à idade-média dos participantes :
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Dado que a grande maioria dos excursionistas já se encontrava na 3ª Idade, o itinerário devia ter sido adaptado àquela faixa-etária :
Para além da violência da ida num só dia e do desconforto do transporte (até os expressos Lisboa/Algarve, têm melhores condições), os jantares servidos às 21 horas (se bem que, 20h de Portugal) sem que existisse programa, a seguir, para desmoe-los (tudo o que nos era recomendado, em alternativa aos jogos na TV, era que déssemos uma volta pelo Centro-histórico Santillana - mas, como este só tem duas ruas e, àquela hora, maior parte dos locais de interesse já estavam fechados, a meio da estadia já não havia nada de novo para ver).
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Todos os dias, os passeios começavam às 8h30 (7h30, nossas) e só terminavam pelas 19 horas; novamente, muitas horas de camioneta, apenas interrompidas por esporádicas saídas. Mas, quando estas se processavam, eram constituídas por longas caminhadas, sem que nelas se intercalassem espaços de repouso : Na subida aos Lagos, obrigaram-nos a trepar por uma extensa escadaria (alguns, tiveram que ficar pelo caminho), quando existia uma estrada até ao cimo; e, no regresso, em vez de assistirmos a uma explicação do que víramos, no Centro-de-interpretação, logo partimos de corrida.
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- Considerandos :
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Sou Cliente assíduo de uma Agência-de-Viagens, e estava habituado a que as suas organizações primassem pela qualidade; por isso, bastou-me ver que esta Excursão era por eles organizada, para logo me inscrever. (Ao que parece, subempreitaram este passeio a uma Agência de Bucelas - o que não os iliba de responsabilidades, pois é o seu nome que consta no programa). É que, desta feita, parece que andaram a percorrer toda a Região em busca do pior hotel e dos "restaurantes" mais ordinários* (até nas excursões da "banha-da-cobra", se é melhor transportado, alojado e alimentado).
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É certo que, pelo preço (380€), não poderia exigir-se muito mais; Mas, que façam estes programas/preços de combate, para Juntas de Freguesia, etc., tudo bem (sempre dão oportunidade, a pessoas de poucos-recursos, de conhecerem novos locais gentes e costumes).
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Agora, para um grupo de Reformados Bancários - pessoas habituadas (e necessitando) de maior condições e conforto - e com um poder-de-compra mais elevado, já não se justifica : A grande maioria dos inscritos, decerto preferiria pagar um pouco mais, mas dispor de um mínimo de Qualidade.
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(*) - A própria Região de Turismo da Cantábria devia proibir a existência destas "Cantinas", cozinhando para centenas de pessoas e, em muitos casos, sem quaisquer condições para albergar tanta gente (faz lá falta uma A.S.A.E.), pois dão uma má imagem da Gastronomia-Regional; O que não lhes falta são bons Restaurantes, cozinhando - por exemplo - costeletões e outras carnes-grelhadas de todo aquele gado que por lá abunda mas, dessa, nem tivemos direito nem ao cheiro...
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Em relação aos locais visitados, impressionou-nos tanto a beleza das Paisagens e Monumentos, quanto os cuidados na sua preservação; todas as Localidades primam pela vegetação (muitas árvores, relvados e, sobretudo, lindas flores) e pela limpeza (em contraste com esta nossa Lisboa, que se apresenta cada vez mais suja e mal-cheirosa).
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Quanto a compras, a sidra, os enchidos e os bolos da Região, não nos cativaram; já quanto aos queijos, há alguns de muito boa qualidade (o Cabrales, por exemplo, é muito semelhante ao famoso Roquefort).

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Picareta Escribante

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