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Num mini-debate em que recentemente participei, falava-se sobre o Desemprego
e a ameaça que constitui a crescente deslocalização de Empresas para Países com
mão-de-obra barata; Realmente, o argumento utilizado repetitivamente pelos
nossos Governos, de que é preciso baixar (ainda mais) os Salários para que nos
tornemos competitivos, não passa de um falso argumento : por mais que se
reduzam, nunca conseguiremos competir com pessoas que comem e dormem no
local-de-trabalho, sem quaisquer regalias, numa semi-escravidão. Se não queremos
descermos até esse nível, temos - em alternativa - que apostar no aumento da
produtividade (assiduidade, pontualidade, etc.) e numa
crescente especialização.
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Mas, outra ameaça já se perfila no horizonte : as Máquinas (que trabalham 24
horas por dia, 365 dias por ano, não exigem nada, não levantam problemas, etc.).
Aqui, os restantes participantes, foram da opinião de que se trata de uma
teoria-da-conspiração, que tal só se aplica à tecnologia-militar (os drones),
que enquanto as máquinas forem desenvolvidas e programadas por humanos, nunca
representarão um perigo para a Humanidade, etc.
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(Ora, a nível humano, existem muitas grandes-Inteligências que, em vez de se
colocarem ao serviço do progresso da Sociedade, optam por utilizarem-nas ao
serviço do Mal - basta pensarmos nos Hackers : mesmo que nenhuma delas consiga
criar máquinas-mázinhas, qualquer desses "especialistas" podem entrar no
"cérebro" de uma máquina programada para praticar o Bem, e transformá-la numa
"serial-killer", por exemplo.
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Estas pessoas (que não conseguem ver ameaças em nada), fazem-me lembrar a
história da rã que acabou cozida (em lume-brando), porque se deixou adormecer na
tepidez da água :
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Já há muitos anos que as Máquinas vêm substituindo (paulatinamente) milhares
de postos-de trabalho :
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- Na Indústria basta pensarmos nas montagens-automóveis, em que
braços-robóticos soldam, pintam, etc., com muito maior eficiência, rapidez e
precisão que as centenas de trabalhadores que anteriormente desempenhavam essas
tarefas.
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- Na Agricultura, os tractores, as ceifeiras-debulhadoras, as enfardadeiras,
as calibradoras, etc., têm vindo a substituir milhares de cavadores, ceifeiros,
sachadores, calibradores, etc.
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- Nos Serviços, os Multibancos, TeleBancos, etc. substituíram dezenas de
Bancários; Nas Estações-de-Serviço, já não há abastecedores de combustíveis e
quase não são precisas caixas, com as bombas equipadas com leitores-de-cartões;
nas Portagens, dezenas de portageiros são substituídos por funis para onde se
atiram moedas, ou por leitores-de-cartões (já para não referir os Pórticos, e a
Via-verde); nos Supermercados, para além de termos que abastecermo-nos e
carregarmos com as compras, também temos que passá-las pelos leitores e pagar;
as Guias-turísticas, estão sendo substituídas por Ipods; Ns Hospitais, basta
introduzirmos um código (sms) numa maquineta, para ficarmos logo com a marcação
feita; Nos Bares, existem máquinas dispensadoras de bebidas, snacks, tabacos,
etc.
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- Já para não referir a Net, em que já é possível - sem sair de casa - fazer
todo o tipo de compras, ler jornais, revistas e, até, livros; efectuar
movimenta- ções-bancárias; assistir a filmes e concertos; e já estão em estudo
as consultas via Net, etc.
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A pouco-e-pouco, as máquinas têm vindo a invadir todas as nossas actividades
mas, como nos vão proporcionando algum conforto...estão desculpadas.
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Faz lembrar a história daquele casal de velhotes, em que ela dizia para o
marido : se tiver um acidente e ficar em coma, não me mantenhas ligada à
máquina, porque detesto a ideia de ficar dependente de maquinarias; então o
velhote começou a desligar-lhe as máquinas de lavar roupa e louça, o
robot-de-cozinha, o aspirador, o frigorífico, a enceradora, o ar-condicionado, o
secador, a televisão, a rádio, o telefone, o computador, o telemóvel ...
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Picareta Escribante
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