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Em tempos, cada trabalhador tinha que desempenhar múltiplas tarefas
(os operários para toda-a-obra, as empregadas para todo-o-serviço, os homens dos
7 ofícios, etc.).
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Depois, criou-se a especialização e logo surgiram Técnicos, de tal forma
limitados a determinada função, que eram necessários varias pessoas para
executar uma simples tarefa.
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Recentemente, regressou-se à multidisciplinaridade (e, como tudo o que
acontece neste País-latino - do 8, ou 80), novamente se está atingindo o exagero
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Por um lado, ao Patronato, convém-lhe que os empregados sejam o mais
versáteis possível, até para substituírem colegas de outras profissões que
faltem por qualquer motivo imprevisto (Nos Cruzeiros, até porque em alto-mar é
difícil conseguirem-se substitutos, os funcionários desdobram-se em multiplas
actividades).
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Por outro lado, os próprios trabalhadores, talvez por se sentirem
pressionados pela ameaça do Desemprego, prontificam-se a desempenhar tarefas
para as quais não possuem a mínima vocação, ou habilitações :
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- Locutores, acumulam as funções de locução com a de humoristas (obrigando os
ouvintes a aturar chalaças, a que só eles conseguem achar graça).
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- Qualquer dona-de-casa que tenha algum jeito para a Cozinha-(caseira), logo
se auto-promove a Chef-de-restaurante, a escritora de Livros-de-receitas ou a
organizadora de Eventos.
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- Apresentadores, imitam Cantores.
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- Muitas "Celebridades", mesmo que não tenham o mínimo jeito para a redação,
logo se auto-promovem a Poetas/Escritores.
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- Atores de 2ª, desatam a dar aulas-de-teatro e a auto-promoverem-se a
ensaiadores, argumentistas, encenadores, etc.
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- Tudo está a ser realizado com base em voluntários-impreparados, enquanto
Profissionais-qualificados não param de engrossar as listas do Desemprego.
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Ora, se até um jogador-de-futebol que queira passar a ser Treinador, tem que
frequentar um Curso-específico (porque não basta saber jogar, é preciso saber
comunicar, gerir sensibilidades, incutir motivação, coordenar equipas, etc.),
como é que certas pessoas, lá por saberem um pouco do seu mister, se
aventuram logo em voos mais altos, sem que - para tal - possuam as necessárias
asas ?
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Assim como é condenável a excessiva Especialização (já aqui referi que nunca
me especializei -a fundo- em nada, pois prefiro saber um pouco de tudo, que ser
um barra em algo, mas não perceber de mais matéria nenhuma), também pode
considerar-se um retrocesso, o excessivo abandalhamento por que estamos a
singrar.
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Picareta Escribante
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