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Apreciação Final - Itinerário :
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A ida, num só dia, de Lisboa até Santillana (ainda por cima num autocarro
bastante desconfortável - que nem dava para inclinarmos os bancos), foi uma
grande violência : A exemplo do regresso (Santillana/Santander/Valladolid num
dia; e Valladolid/V. Formoso/Lisboa, no seguinte), também - à ida -podíamos ter
feito Lisboa/Salamanca (almoço e visita)/Burgos, num dia; e Burgos (visita e
almoço)/Santillana, no seguinte; até para que pudéssemos apreciar melhor estas
duas grandes Cidades; (acompanhados de Guias - da excursão, ou locais - e não,
despejarem-nos no meio do desconhecido, apenas com a indicação de visitarmos
este e aquele monumento, e regressarmos a outro local; tal ocasionou que, em
Valladolid, várias pessoas se tivessem perdido e, só por muita sorte
conseguíssemos sair à hora aprazada, pois ninguém tinha os telemóveis de
ninguém*).
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Dirão que esta alteração implicaria mais um dia de viagem (com o
correspondente acréscimo de custos); mas tal não seria totalmente necessário
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bastaria que se eliminasse o dia das visitas ao País Basco (Bilbao/San
Sebastian - que nada têm a ver com os Picos-da-Europa); é certo que também
pertencem ao Mar Cantábrico (Golfo da Biscaya) mas, nesse caso, também Gijon e
Oviedo estão junto ao mesmo Mar e, já que andámos pelas Astúrias, melhor se
justificaria uma visita àquelas importantes Cidades.
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Mas, até nem seria necessário eliminar a visita ao País-Basco, para
conseguir-se poupar um dia :
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Os 2º e 3º dias (Picos da Europa) seria possível faze-los de uma só vez
(Santillana/Cangas/Covadonga/Las Arenas-almoço/Fuente Dé/Desfiladeiro/Potes - ou
vice-versa) se, em vez de andarmos às voltinhas (para trás e para diante) e
perdermos duas tardes a visitarmos pequenas Povoações (com pouco para comprar, e
para ver), guardássemos as compras e as visitas para Cidades, que têm muito mais
oferta, tanto para comprar como para apreciar*.
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- Adequação do Programa à idade-média dos participantes :
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Dado que a grande maioria dos excursionistas já se encontrava na 3ª Idade, o
itinerário devia ter sido adaptado àquela faixa-etária :
Para além da violência da ida num só dia e do desconforto do transporte (até
os expressos Lisboa/Algarve, têm melhores condições), os jantares servidos às 21
horas (se bem que, 20h de Portugal) sem que existisse programa, a seguir, para
desmoe-los (tudo o que nos era recomendado, em alternativa aos jogos na TV, era
que déssemos uma volta pelo Centro-histórico Santillana - mas, como este só tem
duas ruas e, àquela hora, maior parte dos locais de interesse já estavam
fechados, a meio da estadia já não havia nada de novo para ver).
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Todos os dias, os passeios começavam às 8h30 (7h30, nossas) e só terminavam
pelas 19 horas; novamente, muitas horas de camioneta, apenas interrompidas por
esporádicas saídas. Mas, quando estas se processavam, eram constituídas por
longas caminhadas, sem que nelas se intercalassem espaços de repouso : Na subida
aos Lagos, obrigaram-nos a trepar por uma extensa escadaria (alguns, tiveram que
ficar pelo caminho), quando existia uma estrada até ao cimo; e, no regresso, em
vez de assistirmos a uma explicação do que víramos, no Centro-de-interpretação,
logo partimos de corrida.
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- Considerandos :
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Sou Cliente assíduo de uma Agência-de-Viagens, e estava habituado a que as
suas organizações primassem pela qualidade; por isso, bastou-me ver que esta
Excursão era por eles organizada, para logo me inscrever. (Ao que parece,
subempreitaram este passeio a uma Agência de Bucelas - o que não os iliba de
responsabilidades, pois é o seu nome que consta no programa). É que, desta
feita, parece que andaram a percorrer toda a Região em busca do pior hotel e dos
"restaurantes" mais ordinários* (até nas excursões da "banha-da-cobra", se é
melhor transportado, alojado e alimentado).
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É certo que, pelo preço (380€), não poderia exigir-se muito mais; Mas, que
façam estes programas/preços de combate, para Juntas de Freguesia, etc., tudo
bem (sempre dão oportunidade, a pessoas de poucos-recursos, de conhecerem novos
locais gentes e costumes).
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Agora, para um grupo de Reformados Bancários - pessoas habituadas (e
necessitando) de maior condições e conforto - e com um poder-de-compra mais
elevado, já não se justifica : A grande maioria dos inscritos, decerto
preferiria pagar um pouco mais, mas dispor de um mínimo de Qualidade.
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(*) - A própria Região de Turismo da Cantábria devia proibir a existência
destas "Cantinas", cozinhando para centenas de pessoas e, em muitos casos, sem
quaisquer condições para albergar tanta gente (faz lá falta uma A.S.A.E.), pois
dão uma má imagem da Gastronomia-Regional; O que não lhes falta são bons
Restaurantes, cozinhando - por exemplo - costeletões e outras carnes-grelhadas
de todo aquele gado que por lá abunda mas, dessa, nem tivemos direito nem ao
cheiro...
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Em relação aos locais visitados, impressionou-nos tanto a beleza das
Paisagens e Monumentos, quanto os cuidados na sua preservação; todas as
Localidades primam pela vegetação (muitas árvores, relvados e, sobretudo, lindas
flores) e pela limpeza (em contraste com esta nossa Lisboa, que se apresenta
cada vez mais suja e mal-cheirosa).
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Quanto a compras, a sidra, os enchidos e os bolos da Região, não nos
cativaram; já quanto aos queijos, há alguns de muito boa qualidade (o Cabrales,
por exemplo, é muito semelhante ao famoso Roquefort).
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Picareta Escribante
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